segunda-feira, 6 de julho de 2015

VERGONHA


Ministério acha bebês sem lençol na maternidade Evangelina Rosa; fotos

GASTOS DE R$ 7,2 MILHÕES com terceirizados, mas só R$ 2,5 mi com material essencial

 
Os direitos fundamentais das crianças continuam sendo desrespeitados dentro da Maternidade Evangelina Rosa, além dos riscos à saúde das mães e dos profissionais que ali trabalham. Uma auditoria do Ministério da Saúde realizada em março deste ano encontrou mães e bebês sem lençol, sem local adequado para alimentação, gastos de R$ R$ 7,2 milhões por serviços terceirizados, além de outras irregularidades e condições desumanas que há muito tempo são divulgadas, mas que as autoridades não tomam providências.
Durante 20 dias, técnicos do Ministério da Saúde fizeram visita in loco na maternidade para apurar as condições do local, além de analisar a gestão do ano de 2014, quando foram Secretários de Saúde Mirócles Veras (abril a dezembro de 2014) e José Fortes (dezembro/14 a janeiro de 2015). Mas, o relatório também faz cobranças para o atual secretário de Saúde, Francisco de Assis de Oliveira Costa.
A reportagem do 180 teve acesso ao relatório de 53 páginas que revela, por exemplo, a falta de berços, de leitos e até de lençol.
“Durante visita in loco verificou-se vários leitos sem lençol e, segundo relato de pacientes/acompanhantes, há restrição quanto ao uso dos aparelhos de ar condicionado”, diz o relatório da auditoria. Na foto tirada pela equipe há a triste imagem de uma criança e das mães sofrendo com o calor em camas sem lençol.
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NÃO USAM CONTROLE REMOTO
Quanto ao ar condicionado, que era desligado entre cinco da manhã e meio-dia, o responsável na época, o diretor geral José Araújo Brito, informou à equipe que era um controle térmico necessário para os bebês. Mas, a auditoria não se convenceu e disse que esse controle térmico poderia ser feito apenas diminuindo a temperatura do aparelho, através do controle remoto.

MUITO DINHEIRO GASTO COM TERCEIRIZADOS
Segundo o relatório, a maternidade recebeu R$ 19,88 milhões no ano de 2014. Porém, gastou R$ 7,22 milhões só com serviços terceirizados, enquanto que o valor usado para a compra de material farmacológico foi de R$ 2,5 milhões. Ou seja, de cada R$ 1 real usado na maternidade, R$ 0,36 é usado para pagar serviços de pessoas jurídicas e físicas.
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Também chamou atenção dos auditores a falta de higiene nos banheiros das enfermarias. Os banheiros estão sujos, com infiltrações no teto e outras problemas que podem provocar uma contaminação.
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A estrutura física, segundo os auditores, é “deteriorada, ultrapassada, com ambientes e instalações inadequados e impróprios para assistência e realização dos procedimentos com segurança e qualidade pelos profissionais de saúde”.
A auditoria cobra ainda do atual secretário de Saúde, Francisco de Assis Oliveira Costa, que ele providencie a ampliação de quatro Centros de Parto Normal, três casas de gestantes, duas UTIs Neonatal e duas unidades de cuidado intermediário neonatal.
Em todas as unidades da Evangelina Rosa constatou-se que os equipamentos são insuficientes. Existem apenas dois estetoscópios, quando seriam necessários um em cada quarto. Nem mesa para refeição existe. Por causa disso, a refeição das mães é feito no próprio leito, contra as noções de higiene e ainda provoca risco de contaminação do ambiente , da mãe e do bebê.

Fonte: 180

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