segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

RN confirma 26 mortes em presídio; corpos decapitados e esquartejados

Seis presos estão sendo ouvidos pela Degepol após serem apontados como líderes da rebelião

O Governo do Estado do Rio Grande do Norte confirmou a morte de 26 detentos na rebelião ocorrida na penitenciária estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta. Na noite deste domingo será concedida entrevista coletiva para tratar sobre o assunto. Segundo o Tribuna do Norte, três equipes do Itep foram ao presídio para recolher os corpos e fazer perícia no local.
Vários presos foram decapitados e há casos também de esquartejamento. Seis presos estão sendo ouvidos pela Degepol após serem apontados como líderes da rebelião.
Segundo os secretários estaduais da Justiça e da Cidadania, Walber Virgolino da Silva Ferreira, e da Segurança Pública e Defesa Social, Caio César Marques Bezerra, a participação de outros detentos na rebelião está sendo apurada. Todos os apenados cujo envolvimento ficar provado responderão a processos criminais, podendo ser transferidos para presídios federais de segurança máxima.
Apesar das mortes e dos danos materiais à penitenciária, o secretário da Justiça e da Cidadania classificou a operação de retomada do controle da unidade como um sucesso.

"Durante a semana, sofremos críticas dizendo que quem mandava no sistema penitenciário do Rio Grande do Norte não era o estado. Se o estado não tivesse total controle, outras unidades prisionais tinham se rebelado, como aconteceu em 2015. Por que eu digo que foi um sucesso? Porque conseguimos evitar um maior número de mortes. O pavilhão [rebelado] tem 200 presos. Se morreram dez ou 20 é ruim. Ninguém queria que isso acontecesse, mas podiam ter morrido os 200", disse Virgolino, destacando o fato de nenhum agente penitenciário ou policial militar ter sido ferido durante a rebelião.

- Secretários informaram ter identificado seis presos que comandaram rebelião no presídio no RNDivulgação/Assecom RNriogrande.jpg
As mortes em Alcaçuz são mais um episódio da guerra entre facções criminosas que disputam o controle de atividades ilícitas, sobretudo do narcotráfico. De acordo com as autoridades potiguares, as rebeliões e as chacinas de presos registradas no Amazonas e em Roraima nos primeiros dias do ano “estimularam” os detentos do Rio Grande do Norte. Segundo Virgolino, em todas as unidades da federação do país, o clima no sistema prisional é de tensão. No decorrer da última semana, a Polícia Militar (PM) já tinha apreendido armas e celulares no interior da penitenciária.

“Como em qualquer outro canto do país, no Rio Grande do Norte há uma briga entre facções criminosas. Há uma organização de nível nacional que está tentando dominar o Brasil. E há as facções locais que tentam impedir esse crescimento", comentou Virgolino, confirmando que, no interior da Penitenciária de Alcaçuz, há detentos que afirmam pertencer ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e outros ligados à Família do Norte (FDN), facções rivais.

*Com informações da Agência Brasil e Tribuna do Norte

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