terça-feira, 10 de novembro de 2015

PRESOS TENTAM FUGIR E SE DÃO MAL

Presos são achados soterrados em túnel na maior penitenciária do RN

Arlindo de Lima Silva e Rodrigo Nascimento Silva foram encontrados soterrados nesta segunda (9) em Alcaçuz (Foto: Divulgação/Coape)

Arlindo de Lima Silva e Rodrigo Nascimento Silva foram encontrados soterrados nesta segunda (9) em Alcaçuz (Foto: Divulgação/Coape)
A direção da Penitenciária Estadual de Alcaçuz confirmou que os corpos de dois presos foram encontrados soterrados nesta segunda-feira (9) dentro de um túnel aberto na maior unidade prisional do estado, localizada em Nísia Floresta, na Grande Natal.

"O túnel estava sendo cavado no sentido do muro. A estrutura deve ter desabado porque o terreno é arenoso demais, de duna", afirma Brito. O Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) e a Polícia Civil foram chamados para fazer a perícia e iniciar a investigação sobre as mortes.
O desaparecimento dos detentos do pavilhão 2 foi confirmado após uma contagem feita por agentes penitenciários e homens do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania. Durante a manhã, presos informaram sobre o desabamento de um túnel.

Os presos encontrados mortos foram identificados pela direção como Rodrigo Nascimento Silva, de 29 anos, e Arlindo de Lima Silva, de 30 anos. Os dois cumpriam pena por assalto, de acordo com o diretor da Penitenciária de Alcaçuz, Eider Brito.
Túnel descoberto em Alcaçuz neste final de semana desmorou, causando a morte de dois detentos (Foto: GOE/Grupo de Operações Especiais)Túnel descoberto em Alcaçuz neste final de semana desmorou, causando a morte de dois detentos (Foto: GOE/Grupo de Operações Especiais)
O túnel
Um túnel escavado para fuga desmoronou na manhã desta segunda-feira (9) . Os próprios detentos informaram a direção do presídio que pelo menos dois presos estariam encobertos pela terra que desmoronou sob o piso do pavilhão 2.
Segundo a Coordenadoria de Administração Penitenciária do estado, o túnel é o mesmo que foi descoberto no sábado (7), fato que causou revolta a dos apenados. "A abertura do túnel chegou a ser concretada, mas os presos reabriram o buraco num outro ponto. Na manhã desta segunda, eles tentaram dar continuidade às escavações até acontecer o desmoronamento. Sem ter como voltar, eles tiveram que cavar uma saída ainda dentro da penitenciária. oi quando fomos avisados que dois deles teriam ficado soterrados", explicou um agente.
Ainda no sábado, logo a primeira  tentativa de fuga ter sido abortada, colchões foram incendiados e grades arrancadas das celas. Amotinados, os internos chegaram a jogar pedras nos policiais militares do Batalhão de Choque, que recuaram.
No Presídio Provisório Raimundo Nonato, em Natal, os presos também causaram muitos estragos (Foto: Grupo de Escolta Penal (GEP))No Presídio Provisório Raimundo Nonato, em Natal,
os presos também causaram muitos estragos
(Foto: Grupo de Escolta Penal (GEP))
Com a notícia de que o BPChoque não havia conseguido controlar os presos em Alcaçuz, os ânimos no Presídio Provisório Raimundo Nonato, que fica na Zona Norte de Natal,  também se exaltaram e os detentos começaram a queimar colchões.
Alcaçuz fica em Nísia Floresta, município da Grande Natal. Com capacidade para 640 presos, possui atualmente pouco mais de 1 mil apenados. Duzentos somente no pavilhão 2. O sistema penitenciário do Rio Grande do Norte possui atualmente 8.000 presos para 3.700 vagas. Em razão da superlotação, das 33 unidades prisionais, 12 foram interditadas pela Justiça e não podem receber novos detentos. A lista inclui a Penitenciária Estadual de Alcaçuz.
Calamidade pública
O sistema penitenciário potiguar entrou em calamidade pública no dia 17 de março, logo após o fim de uma onda de rebeliões que atingiu pelo menos 14 das 33 unidades prisionais do estado. O decreto, renovado em setembro, tem validade até março de 2016.
Danos à estrutura da penitenciária de Alcaçuz ainda não podem ser quantificados (Foto: Divulgação/Sejuc-RN)Penitenciária de Alcaçuz foi uma das
mais danificadas durante as rebeliões de março
(Foto: Divulgação/Sejuc-RN)
Além disso, também passa por um momento crítico com relação ao controle das unidades, hoje comandadas por facções criminosas que vêm se digladiando. Este ano, 22 detentos foram assassinados ou encontrados mortos em condições suspeitas e um adolescente morreu ao ser baleado em uma unidade para cumprimento de medida socioeducativa durante uma tentativa de resgate. Os números são da Coordenadoria de Análises Criminais da Secretaria Estadual de Segurança Pública.

De acordo com a (Sejuc, já foram gastos mais de R$ 5,6 milhões nas reformas das unidades depredadas. A secretaria reconhece que o sistema penitenciário do RN é ultrapassado e precisa de uma modernização com mais eficiência e tecnologia nos processos.
Fonte: G1

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